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Peabiru-PR
Palavra do padre
23/09/2016

EVANGELII GAUDIUM - ALEGRIA DO EVANGELHO

Caro leitor, como proposta para esse final de ano vamos juntos meditar o documento do nosso Papa Francisco a respeito da Alegria do Evangelho (Evangelii Gaudium). Seguiremos como esquema seis momentos, observando assim a divisão dos capítulos da Exortação Apostolica, que são elas:  

 

 Introdução

Capítulo I: A transformação missionária da Igreja.

Capítulo II: Na crise do compromisso comunitario.

Capítulo III: O anúncio do Evangelho

Capítulo IV: A dimensão social da evangelização.

Capítulo V: Evangelizadores com Espírito.

 

 

INTRODUÇÃO

 

Publicada no encerramento do Ano da Fé, dia 24 de novembro de 2013, Evangelii Gaudium (A Alegria do Evangelho) é a primeira Exortação Apostólica Pós-Sinodal, que foi, neste caso, a XIII Assembleia Geral Ordinária sobre A Nova Evangelização para a transmissão da fé cristã, realizada em 2012, escrita pelo Papa Francisco.

 

A exortação é um documento profético e inovador não só pelo registro direto e pela linguagem acessível que contém, como também por atualizar a dimensão social e suscitar novas pistas para evangelização. Fala dos desafios e necessidades atuais para o anúncio da Boa Nova e esta dividida em uma introdução e cinco capítulos, a saber: A transformação missionária da Igreja; Na crise do compromisso comunitário; O anúncio do Evangelho; A dimensão social da Evangelização; Evangelizadores com Espírito.

 

Através de sua leitura reparamos quais foram os documentos base para o desenvolvimento do texto: Evangelii Nuntiandi, do Papa Paulo VI, vários textos do Papa João Paulo II (48 vezes citado) e os documentos do CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano), principalmente o Documento de Aparecida, citado dez vezes, e, no qual, o ainda Cardeal Bergoglio, foi designado presidente da Comissão de Redação do Documento Conclusivo.

 

Como sabemos os documentos pontifícios sempre são designados a partir das primeiras palavras do seu texto em latim, no caso presente o nome da exortação já dá as pistas do que vai tratar o texto em sua integra, pois quem encontrou Jesus, Caminho, Verdade e Vida, fica de tal modo marcado e fascinado, que não consegue reter só para si esse encontro de fé. Outro ponto a destacar é a vontade de renovar, em todos os membros da Igreja, o entusiasmo missionário, bem como quais devem ser os rumos e as preocupações da evangelização. Assim diz o Papa na abertura do documento: “A Alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria. Quero, com esta Exortação, dirigir-me aos fiéis cristãos a fim de os convidar para uma nova etapa evangelizadora marcada por esta alegria e indicar caminhos para o percurso da Igreja nos próximos anos” (§1).

 

O Papa também ressalta a urgência mundial da dimensão social da Evangelização dando-nos princípios fundamentais para trabalhar uma sociedade que seja baseada no bem comum e na paz social priorizando o tempo sobre o espaço, a unidade sobre o conflito, a realidade sobre a ideia e o todo sobre a parte. Por tudo isto, o pontífice nos chama a uma conversão profunda, a qual interpele as estruturas de pecado de nossos tempos e vá ao encontro dos sofredores, pois, “às vezes sentimos a tentação de ser cristãos, mantendo uma prudente distância das chagas do Senhor. Mas Jesus quer que toquemos a miséria humana, que toquemos a carne sofredora dos outros” (§270).

 

Exortação Apóstolica Evangelii Gaudium é um texto agradável de ler e estudar, porém, e acima de tudo, é um texto para ser posto em prática com alegria.

 

Assim, de modo especial, a missionariedade da Igreja não é proselitismo, mas testemunho de vida, pois o anúncio do Evangelho é um dever que brota do seguimento como discípulo de Cristo e representa um compromisso constante que anima toda a vida eclesial.

 

Pe. Alexandre Surdi, CSF



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